quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Suplício

 Alimento-me da insanidade da alma

horas vadias jogadas desnudas

e insumos de quem fui - entorpecentes


Valho-me das vozes ao meu redor para saber o norte

(des)mergulho-me dos devaneios 

para nutrir o ventre contido com gritos emudecidos


incontidas são as batidas do esmurrar no meu peito


Valha-me! que torturo a mim no mantra dos desesperados

desatino-me nas desventuras 

e anseio:

- Valha-me! 

grita minh'alma insanamente!


Kiro Menezes

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

AMOR E FIM


Quem desconhece
Irrefletir
Amor que aquece
Teu-meu mentir

Menti a mim
Antes que a ti
Minto a verdade
Do amor sem fim...


KIRO MENEZES

terça-feira, 9 de outubro de 2018

(PER) segue

Por que a distância me persegue?
Fosse quem fosse, o que fosse
fosse!
Mas ela? Me persegue!

Já não falo de proximidade há um tempo.
Já não minto nem boquejo nem arquejo nem bocejo há um tempo.
Já nem sinto o que nem sinto há um tempo
e já tem tempo!

Por que, desumana, me persegue?
Não te afaste o tempo, nem que fosse?
Nem estava em lampejos de amores?
Nem nas ruas morticeiras de mulheres...?

Vai distância desumana. E me deixa
deitar os cabelos
e descobrir a paz daquele peito
de pelos cocegueiros de um amado!

Se vá distância, que já tenho o que preciso!
Já tenho a saudade do menino
atenção e olhar cabreiro do menino
desejo e despeito do menino
e tudo mais que do amor é alimento!

Em paz se vá, feiticeira!
teus artifícios já fizeram seu efeito.
Agora deixa que me deito do meu jeito.
Vá e fique:
assim próximo
eu deleito!


Kiro Menezes